APAE realiza IV Caminhada do Autismo
A cor do céu combinou com o azul das camisetas dos profissionais, pais, alunos e usuários da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Lajeado na tarde deste domingo (8). Para encerrar as comemorações da Semana Mundial de Conscientização do Autismo, iniciada na segunda-feira, 2 de abril, foi realizada uma ação em um QG dentro do Parque Professor Theobaldo Dick. Os profissionais entregaram fitas comemorativas, folders e jornais. Após também no Parque, ocorreu a IV Caminhada do Autismo, quando todos caminharam ao entorno do lago com faixas e cartazes e no fim soltaram balões azuis.
Ao todo são aproximadamente 300 atendimentos entre escola e clínica na APAE de Lajeado, sendo mais de 70 pessoas com o diagnóstico do Transtorno Espectro Autista (TEA). Conforme a diretora Ana Paula Müller a ação representa a trajetória de cada uma das famílias. “A APAE caminha com cada destas famílias todos os dias. Queremos que o Dia Mundial de Conscientização do Autismo seja sempre lembrado e que com esse pequeno ato, possamos ter mais conscientização e diminuir o preconceito, porque sabemos que o mundo é feito de diferenças e que elas devem ser respeitadas”, diz a diretora, agradecendo cada familiar que acolhe as programações e eventos da entidade. “A APAE tem o compromisso de ofertar um atendimento de qualidade, combinando capacidade técnica, cuidado e defesa dos direitos das pessoas com autismo e suas famílias”.
O presidente da APAE Régis Kunrath acredita que nada mais justo do que apresentar a realidade para a comunidade, já que muitos não têm conhecimento sobre o autismo ou outras deficiências. “Muitas pessoas com deficiência da nossa APAE estão inseridas no mercado de trabalho, o que para nós é motivo de muito orgulho. Queremos valorizar as pessoas com autismo e suas famílias e esse é um pequeno e simples apoio”, confessa. “Os alunos e usuários são nossos diamantes e cuidamos muito deles. Os profissionais também merecem o reconhecimento por toda a preparação dessa Semana Especial e por fazerem a diferença, e que a instituição seja destaque e referência”, conta o presidente afirmando que esse dia marcante ficará em sua lembrança.
A coordenadora pedagógica Tamara Dresch alegra-se com mais um fechamento de sucesso da Semana de Conscientização do Autismo. “Nosso objetivo é sempre atingido ao mobilizarmos as famílias que participam com os filhos dessa Caminhada. Queríamos mostrar para a comunidade os serviços da APAE, assim como divulgar através de nossos profissionais as ações e trabalhos realizados com os autistas”, destaca a coordenadora ao afirmar que a participação das famílias é primordial, afinal a instituição fica com as crianças quatro horas por dia e eles 20 horas. “Precisamos passar as informações para que continuem desenvolvendo o trabalho iniciado com sucesso e muitos resultados dentro da instituição”, diz.
A professora Michele Pohl trabalha com turmas de autismo, chamadas de Independização desde que entrou na APAE em 2014. Para ela é preciso motivar cada vez mais as famílias a saírem de casa e realmente conscientizar a população e comunidade para que percebam que as crianças precisam de respeito. “Percebemos que existe um olhar diferente para as famílias, alunos e usuários quando fazemos alguma caminhada ou passeio e por isso queremos mostrar e informar mais sobre o autismo, conscientizando a comunidade”, diz.
Cristine Soares é mãe do João Pedro de 13 anos que tem Transtorno Espectro Autista. Quando o menino tinha seis meses ela percebeu que poderia ter alguma deficiência, por não ficar firme sentado, mas foi quando ele fez dois anos que teve a certeza. “Ele tinha movimentos repetitivos, não olhava nos olhos, até achávamos que tinha problema de visão. Foi aí que um médico de Porto Alegre disse que tinha traços de autismo”, conta Cristine.
Segundo ela, procuraram a APAE e buscaram maiores informações. “O autismo dele é mais severo, mas mesmo lento consegui acompanhar muito desenvolvimento na APAE onde frequenta aulas de Independização. Tenho confiança nos profissionais e na instituição”, relata a mãe, feliz em participar de mais uma Caminhada que envolveu a família. “É bom que as pessoas conheçam, pois muitos não entendem o modo de agir deles. Eu busco levar o João para os lugares, mas já sofri muito preconceito. Hoje faço aquilo que é bom para ele, sempre respeitando o seu tempo”.
