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Síndrome de Down é representação de amor na APAE

O tempo podia voltar, mas para as mães Silvia, Cristina e Téia nada deveria ser diferente. É desse jeito que elas são extremamente felizes. Em comum as três têm filhos lindos e um amor inesgotável para dar e receber. Além disso, são mães de pessoas com síndrome de down. Neste dia 21 de março é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down. Data em que essas mães lembram-se de agradecer por terem recebido seres tão amorosos e especiais que trazem tanta alegria para as famílias. Atualmente a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Lajeado (APAE) atende entre escola e clínica 320 crianças, jovens e adultos com deficiência. Destes aproximadamente 60 tem síndrome de down.


Na escola os alunos são divididos por ciclos: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Educação para Jovens e Adultos (EJA) e Grupos de Convivência, sempre respeitando a faixa etária. As crianças com síndrome de down participam de todos os atendimentos clínicos, após avaliação e indicação da área de atendimento.


Quando lembra-se de um presente especial que ganhou na vida, Cristina dos Santos de 31 anos diz sem temer que são seus filhos Victor (8) e Vicente (2). Quando estava com quatro meses de gestação de Vicente, na avaliação médica disseram que havia grande possibilidade de ter síndrome de down ou outras deficiências. “De início chorei e me assustei. Depois comecei a pesquisar. Meu marido me apoiou desde o início e percebi que o preconceito estava mais em mim do que nele, mas passou”, conta a mãe. Quando o pequeno nasceu e eles descobriram que tinha cardiopatia, além da síndrome, a preocupação foi ainda maior. “Com quatro meses ele ficou bem doente e precisou de cirurgia corretiva, mas deu tudo certo. Hoje temos uma relação mútua em que os dois aprendem. Mas ele tem muito mais a ensinar do que eu a ele”, diz.


Cristina aprendeu a ter mais paciência, cumplicidade, entender olhares e a saber o valor de um carinho. A mãe e o filho são muito grudados. “Meu conselho para as mães é que não tenham medo e busquem informação. Não é um bicho de sete cabeças. São maravilhosos como todas as crianças. A diferença está em cada indivíduo, afinal todos nós somos todos diferentes”, conta a mãe, que aconselha também sobre a importância de um estímulo desde pequenos. “Eles dão muito retorno. Às vezes pensamos que não estão preparados para determinado exercício e eles mostram que estão”, comenta Cristina e confessa que mesmo que pudesse voltar no tempo não se imagina mãe de outra criança. “Queria que viesse exatamente o meu Vicente, que veio para melhorar o mundo, iluminar e mostrar que o amor existe. Eu não consigo explicar a grandeza desse sentimento. Ele foi um presente e uma bênção”.


A risada mais gostosa se chama Benjamin


Parece que ele nasceu sorrindo para o mundo. Foi no dia do parto de Benjamin que Téia Fusigner (39) moradora de Forquetinha descobriu que o filho tem síndrome de down. O médico na hora não levou em consideração que poderia ser a deficiência e a mãe que tinha um contato maior com as crianças, filhas de amigos, percebeu. “Após fazermos os exames que tivemos a certeza. Mas não levei nenhum susto por causa disso. Sempre tive uma ligação e atração pelas crianças com deficiência e ele é a coisa mais linda que já vi. Esse sorriso me dá ainda mais energia para tudo na vida”, diz. Com dois anos, Benjamin está na creche durante todo o dia e frequenta o atendimento de terapia ocupacional na APAE. Para a mãe, o pequeno é como um sonho e é a alegria de toda a família que vive junto na mesma casa. “Não sei se fui escolhida ou o que aconteceu. É muito bom e para todos em casa ele dá muita força, além de ser muito apaixonado pelo irmão Bernardo de seis anos”, conta que em nenhum momento se questionou por ser ele. “Um dia quando voltei do hospital recebi uma história fictícia que mostrava Deus dentro de uma sala cheia de crianças e ele dizia para qual mãe cada bebê iria. Se eu tivesse lá, escolheria direto o Benjamin”, conta a mãe, aconselhando todas a aceitarem seus filhos como eles são. “Se foi escolhida para ter uma criança com deficiência é porque tem capacidade de cuidar. Eu amo mais do que tudo a minha família”, diz.


Recebendo amor por todos os lados


Entre seus gostos preferidos, tocar bateria é um deles. Sandro tem 43 anos e faz aulas particulares para aprender a tocar o instrumento. Ele também adora dançar e cantar. Com síndrome de down, faz parte do Grupo de Convivência da APAE desde outubro de 2017 e é muito feliz junto aos amigos. A mãe Silvia Lermem de 83 anos conta que só soube da deficiência do filho quando ele nasceu. “Sempre aceitei, cuidei e fiz o melhor que pude. Amei igual aos meus outros cinco filhos ou até mais, pois acabei mimando um pouco”, diz a mãe ao sorrir.


Conforme a irmã Rosani (55), Sandro foi crescendo, demorou para caminhar, mas na época não tinham muitos recursos para a deficiência. “Ele começou a falar mais tarde, tentou ir a escola, mas foi muito excluído, e não tinha a APAE, então a mãe criou em casa junto com todos os irmãos”, diz a irmã que afirma ser preciso aceitar e criar essa criança com muito amor e carinho. “É o que ela mais precisa. Hoje ele mora junto com a mãe, mas estamos sempre por perto acompanhando e dando suporte no dia a dia. Ele é feliz na APAE, fez amizades e este convívio está sendo muito importante”, conta a irmã.


Formação


Este ano, no Dia Internacional da Síndrome de Down a APAE Lajeado estará fechada para os atendimentos clínicos e escola, pois todos os profissionais participarão de um curso de dois dias sobre Estratégias de Trabalho para pessoas com TEA com a Maria Elisa Fonseca.


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